terça-feira, 10 de novembro de 2009

QUEDA DO MURO DE BERLIM FAZ ANIVERSÁRIO !!!



As cicatrizes deixadas pelo Muro de Berlim


Vinte anos depois da queda do “muro da vergonha”, a capital da Alemanha ainda luta para recuperar a unidade e a dignidade. Como um corte na carne da cidade, por mais de três décadas a barreira separou famílias e fez das duas Berlins prisões a céu aberto


por Ana Maria Dietrich (c) Margrit Hirsch/Shutterstock-

Linha no asfalto da atual capital da Alemanha unificada, que marca o antigo traçado da muralha que dividiu a cidade por 28 anos.A próspera, culta e histórica Berlim, maior cidade da Alemanha, ainda luta, 20 anos depois da queda do “muro da vergonha”, para recuperar a unidade e a dignidade. À parte sua riqueza – um dos maiores PIBs municipais do mundo –, ainda exibe índices de desemprego mais altos que a média do país e mantém sequelas da Guerra Fria que faz questão de exibir: a trilha por onde passou o muro é toda marcada no asfalto, como cicatrizes. Trechos do monstrengo de concreto ainda permanecem ao ar livre, como uma advertência contra a estupidez de que foi vítima e mesmo contra a história que ajudou a construir.O começo da tragédia que foi o Muro de Berlim se deu, paradoxalmente, em tempos de esperança. Quando, no fim da Segunda Guerra Mundial, o mundo parecia respirar prometidos ventos de paz, sob o luto de milhões de mortos, algo deu errado. E os 44 anos que se seguiram foram de outra disputa, a Guerra Fria, polarização do poder mundial entre a União Soviética e os Estados Unidos. Ambas as potências haviam sido parceiras e saído vitoriosas na guerra, mas eram grandes oponentes ideológicas.A Alemanha e seu Muro de Berlim, construído em 1961, foram a expressão mais emblemática dessa ordem bipolar. O muro de 155 km que circundou Berlim Ocidental se tornaria o maior símbolo da Cortina de Ferro que havia baixado sobre o mundo do pós-guerra, utilizando o conceito proferido em 1946 pelo então ex-primeiro ministro britânico Winston Churchill.

Em novembro de 1989, depois de 28 anos de separação – o muro durou de 1961 a 1989 –, Berlim comemorou a união dos Osis (alemães orientais) e Wesis (alemães ocidentais), artificialmente separados. Muitos ajudaram a derrubar, com as próprias mãos, a grande fronteira.Nos dias seguintes, formou-se um imenso congestionamento de trabis (carros de modelo único fabricados na Alemanha Oriental), que iam em direção a Berlim Ocidental. Os alemães queriam usufruir a liberdade de viagem que lhes foi suprimida durante tanto tempo. Era ainda evidente a surpresa, pois muitos políticos diziam que o muro duraria mais 50 ou talvez cem anos.Menos de um ano depois houve a unificação das duas Alemanhas, e em outubro de 1990 o país ganhou soberania plena sobre seu território, antes repartido em setores administrados pelos vencedores da Segunda Guerra.Muitos cientistas sociais acreditam que a Alemanha esteja realmente liberta dos fantasmas nacionalistas da década de 30 – movimentos de extrema direita são hoje isolados. Assim, é um dado a mais de celebração constatar que o desejo de germanização da Europa arrefeceu, para dar lugar ao de europeização do país. Foram necessários 64 anos, desde a rendição alemã na guerra, para que essa nação chegasse a esse ponto.

Reportagem da revista História Viva - edição de novembro de 2009


É, deveríamos derrubar também os nossos muros. Todos aqueles muros que existem dentro de nós, cheios de culpa, preconceito, mágoa e rancor. Se libertar. Quebrar cada pedra, cada tijolo. Vamos aos poucos, mas sempre tentando derrubar as barreiras que existem dentro do nosso interior.

Postado por Lady Di .

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